28/11/18
Tora e MRS promovem seminário com representantes de portos, transportadores de cargas e clientes para debater ganhos de eficiência e redução de custos logísticos
As soluções multimodais para o transporte de cargas na Região Sudeste, que compreende quase 50% do PIB nacional, podem contribuir decisivamente para redução de custos, ganhos de confiabilidade e de segurança, com menores impactos socioambientais. Essa foi uma das conclusões do seminário “Integração multimodal na região Sudeste: suporte ao crescimento”, organizado pela Tora e pela MRS, para facilitar o intercâmbio entre os diversos players logísticos da região.
No primeiro painel do evento, que aconteceu nesta segunda-feira (26), na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o consultor Olivier Girard apresentou um panorama da multimodalidade no país, um cenário em que certamente há muito espaço para crescimento.
“Na região Sudeste, quase 70% do transporte é rodoviário, com 18,6% de presença das ferrovias. Entre os produtos que estão sobre caminhões, há uma parcela de 70% referente a carga geral, isto é, carga que pode ser capturada por meio de soluções multimodais”, avalia Olivier. “Esse universo será de cerca de 3,4 bilhões de toneladas em 2020, ou seja, há sem dúvida oportunidades para soluções multimodais”, conclui.
Para Guilherme Mello, presidente da MRS, o desenvolvimento de terminais integradores é a peça fundamental para expansão dos serviços multimodais e exploração dessas oportunidades. “O transporte de cargas conteinerizadas é um dos pilares da estratégia de diversificação da MRS e uma das formas mais efetivas de contribuição da ferrovia para a retomada de produção da indústria nacional, já que reduz custos e aumenta a qualidade da logística. Por meio da integração com o modal rodoviário, podemos atender a um enorme número de empresas e negócios que não estão próximos fisicamente à ferrovia, mas que podem se valer de todas as vantagens do transporte ferroviário. A multimodalidade amplia radicalmente a área beneficiada pelos atributos da ferrovia”, complementa.
A MRS projeta fechar o ano com uma produção superior a 100 mil TEUs, o que representa o dobro da produção registrada em 2014, no início da crise econômica nacional, uma evidência da grande contribuição da ferrovia para o fortalecimento e da recuperação da indústria nacional. A MRS já é a ferrovia com maior transporte de contêineres no país.
“A Tora e a MRS já oferecem um serviço de ‘Porto a Porta’, interligando as indústrias de Minas Gerais aos portos do Rio de Janeiro, com saídas diárias dos trens, reduzindo os custos em até 30% com relação a uma solução exclusivamente rodoviária”, diz Janaína Araújo, diretora presidente da Tora. “Um próximo passo será implementar um serviço semelhante no eixo Rio-São Paulo, em que a infraestrutura de terminais já existe e está pronta”.
Também foi apresentado um painel sobre o setor portuário-marítimo, pelo CEO do grupo CMA CGM, Lionel Chatelet. Segundo ele, o mercado, após um forte ciclo de expansão na década de 2000, precisou buscar alternativas, que redundaram em uma forte consolidação do setor. “Estamos ampliando o nosso conhecimento a respeito dos clientes, o que é fundamental para ampliarmos e melhorarmos nossos serviços”, disse o executivo.
Matéria publicada na Revista Mundo Logística
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